Correr se trata literalmente de suar a camisa. O esforço de pulmões, pernas e coração sempre será necessário, independente do seu nível. Mas e quando o cansaço na corrida ocorre em todo treino e parece estar permanente? Mesmo entre iniciantes, provavelmente é um sinal de que algo está errado. Confira agora como detectar e solucionar esse grande problema, .para que sua evolução como corredor possa seguir na direção certa
Exigência física. Para que seu corpo possa se transformar, é preciso colocá-lo sempre num nível acima do que ele está adaptado. É dessa forma você consegue “subir o sarrafo” no seu desempenho. Pode ser melhorar o pace, ganhar flexibilidade, perder peso ou ter mais força para correr. Não importa. Em todos esses cenários, você deverá tirar seu corpo do estado atual e levá-lo a outro nível.
Portanto, ficar cansado ao correr ou realizar outra atividade é normal, correto? Errado! Nem todo treino precisa ou deve ser difícil. E quando essa sensação se torna presente em toda sessão de treino, algo tem que ser revisto, tanto por você quanto principalmente na prescrição da sua planilha de corrida – caso tenha um treinador ou assessoria esportiva.
Mas quais são os sinais que mostram a necessidade de mudança? Trouxemos 7 deles para você conferir agora!
1. Cansaço antes de correr
A disposição para treinar não estará presente todos os dias, mesmo para quem gosta de correr. Uma noite ruim de sono, alimentação desregulada ou uma semana estressante contribuem para que o desempenho oscile. Outro aspecto que nunca podemos subestimar é a parte mental, que pode não apenas sabotar a melhor performance, bem como a própria realização do treino.
Além disso, não podemos esquecer da preguiça, que sempre atinge em algum momento o corredor, seja iniciante ou mais experiente.
Isso são fatos. Da mesma forma, é natural (e esperado) que após semanas de preparação para uma prova com alto grau de desafio – como uma maratona – ou depois de sessões de treinos intervalados, o cansaço se instale e a motivação para correr caia.
Mas se a falta de vontade de correr acontece quase todo treino, chegou o momento de rever a rotina. O horário pode ser um ponto importante a se mexer, mas falaremos disso mais à frente.
2. Falta de técnica na corrida
Observar corredores de elite durante uma maratona, principalmente para quem busca evoluir na postura, é sempre algo útil – e interessante – de ver, além de extremamente plástico e bonito.
Mas não é só isso. Essa observação também traz boa noção do movimento ideal. As passadas leves, amplas, como se estivessem flutuando, dando a impressão que correr não precisa ser algo tão duro.
Quando um corredor melhora sua forma de correr, ele diminui bastante o desgaste, porque mais músculos participam da ação, evitando sobrecarregar pontos específicos, algo comum ao correr. Por isso, investir em técnicas de observação como a videofilmagem, Educativos de corrida e exercícios de coordenação, bem como alongamentos nas regiões mais “travadas”, irão ajudar a reduzir o cansaço na corrida.
Porém, é FUNDAMENTAL que se tenha em mente que não existe postura ideal para correr. Em alguns casos, ficar insistentemente buscando mudar a técnica pode surtir o efeito contrário, trazendo mais tensão e lesões. Nesse caso, focar na perda de peso e ganho de experiência e volume como corredor devem vir antes de ajustes mais específicos.
3. Cansaço na corrida por ritmo muito forte
Por mais planejamento que exista, a corrida não é uma ciência exata. A perda de energia pode acontecer mesmo em momentos onde os treinos deveriam estar, na teoria, mais leves.
Mas uma condição que contribui muito nisso é realizar sempre os treinos num ritmo mais forte do que o devido (ou prescrito). Na busca por um pace mais rápido, é enorme a quantidade de corredores que treinam no limite o tempo todo. Aquela conversa de “Senti que estava bem e acabei puxando um pouco mais”.
Dessa forma, o corpo acaba ficando em estado de estresse, favorecendo o cansaço permanente.
Não é à toa que existem diversos tipos de treino, e dentre eles treinos mais leves ou regenerativos. Eles ajudam na recuperação física e muscular, melhorando o rendimento ao longo de toda preparação, seja para uma prova de 5km ou uma maratona. Outro ponto essencial dos treinos mais leves tem relação com aumentar sua eficiência em usar gordura como fonte, por exemplo.
Esse é um ponto crucial, principalmente nas longas distâncias. Um corredor com um corpo pouco treinado a mobilizar gordura irá se fadigar mais rápido por falta de energia.
4. Correr em jejum
Prática que vem ganhando adeptos entre corredores, correr em jejum pode ser o grande vilão do cansaço na corrida.
Para que um treino de corrida possa ser eficiente, é necessário uma reserva energética. Em outras palavras, o corredor precisa ter “combustível no tanque”. Assim, ele poderá correr com muito mais intensidade. A corrida em jejum pode dificultar o treino, pois a quantidade de energia rápida para o corpo fica menor.
Opções de rápida absorção, como sucos e frutas, além de não pesarem no corpo, poderão ajudar o corredor a estar mais disposto, evitando o cansaço na corrida precocemente.
Porém, vale dizer que vários treinadores e nutricionistas vem trabalhando com treinos em jejum e chegando a resultados interessantes, principalmente quando realizado no início do dia e em intensidades mais baixas, já que nesses casos a energia rápida não é necessária e a gordura – como já dito na dica 3, mostrando a importância de treinar leve – será muito mais requisitada.
5. Crie uma rotina e evite o cansaço na corrida
Nosso corpo funciona muito bem com rotina. Ter horários definidos ajuda a entender quando é hora de ter mais ou menos energia disponível para treinar corrida, potencializando o funcionamento do organismo e também o CICLO CIRCADIANO, que é nosso relógio biológico interno que regula diversas funções do corpo, como sono, metabolismo, liberação de hormônios e outros.
Sabemos que nem todo mundo consegue ter uma rotina. Para muitos, correr sempre de manhã é a única opção. Outros correm no dia que dá. Mas a chance de um treino mas consistente, sem um cansaço excessivo na corrida, tende a ocorrer mais em pessoas com horários definidos para suas atividades.
6. Rever a parte alimentar
Por vezes esquecida na hora de avaliar o rendimento, a questão alimentar pode ser o principal problema para a fadiga precoce na corrida.
Comer demais antes de um treino com certeza prejudica mais do que correr em jejum, já que o corpo terá que atender os músculos e o sistema digestivo. Outro problema é comer muito antes de correr, mesmo que pouco. Isso também tirará a energia circulante e pronta para ser ofertada, o que pode impactar negativamente, principalmente em provas mais curtas como 5km, por exemplo
Nesse momento, a busca por um (a) nutricionista ajudará muito na organização desses hábitos alimentares e estratégias. Mas, em geral, sugerimos que se alimente entre 40 minutos até 1 hora antes do início dos treinos.
7. Mudar os horários pode evitar o cansaço na corrida
Você corre de dia ou de noite? Saiba que qualquer uma das opções, dependendo de sua rotina, pode ser prejudicial a sua evolução.
É comum ver corredores treinando no fim do dia, após o trabalho. Porém, o desgaste de 8 a 10 horas no dia pode cobrar o preço, tanto físico como no mental. Dá mesma forma, sair para correr de manhã, se não tiver um planejamento adequado, pode gerar um grande stress, pois exige mais organização de horários.
Nossa sugestão é que teste os dois períodos por mais de um mês, caso seja possível, e veja em qual rende mais. O corredor pode se surpreender com o efeito de um treino em horário diferente, principalmente quando se dá tempo para adaptação e consistência a esse hábito.
Viu como existem formas de controlar o cansaço na corrida? Se identificou com alguns itens? Compartilhe com a gente e não deixe de ver essas e outras dicas em nosso blog, além dos nossos programas de treinamento para quem deseja iniciar ou aprimorar como corredor.