Intuitivamente, sempre quando pensamos em treinamento físico, associamos o termo “dar o melhor” a fazer a atividade com o máximo de energia e entrega possível. Porém, existem momentos onde evitar o desgaste é o que fará seu desempenho melhorar, e nessa hora o treino regenerativo na corrida tem um papel fundamental. Entenda melhor o porque ele deve estar na rotina de todo corredor, inclusive os mais experientes.

“Dei o meu máximo no treino”.

“Estava cansado, mas superei e consegui apertar o ritmo”

“Hoje o treino foi demais! Estou morto!”

Dificilmente você já não falou ou ouviu de alguém essas frases, principalmente num ambiente esportivo ou assessoria de corrida em geral. E a ânsia por dar o máximo nos treinos está muito ligada ao que o corredor (e até treinador) associa em termos de resultado. Afinal, quanto mais energia eu colocar, mais resultado eu terei, correto?

Errado!

Nem sempre devemos treinar com o máximo de intensidade. Os treinos regenerativos, assim como as corridas leves (sim, são coisas diferentes) tem um papel muito importante para a evolução, e é dele que vamos falar a partir de agora.

Corrida regenerativa ajuda na recuperação do corpo

Muita gente costuma dizer que o corpo é uma máquina. Porém, mesmo a máquina mais potente pode pifar, caso ela seja muito exigida.

No caso dos treinos de corrida, funciona da mesma forma. Treinar sempre num ritmo intenso provocará uma fadiga residual que pode comprometer seu desempenho a longo prazo e deixá-lo mais próximo de se lesionar, inclusive. Em outras palavras, é como se deixa-se um vazamento de uma casa seguir e não fizesse nada. Alguma hora isso irá se acumular a ponto de derrubar uma parede ou teto.

Os treinos de corrida regenerativo ajudarão você a recuperar o corpo, preservando músculos, ossos e articulações, e possibilitando o ganho de condicionamento, o que pode ser anulado quando se está muito cansado. Estamos falando na prática de recuuperar o corpo de forma adequada para uma nova sessão de treinos, evitando problemas como overtraining, por exemplo.

Temos que entender que nosso corpo não evolui de forma linear. Ele passa por períodos de desgaste antes de chegar num novo patamar de condicionamento. E aprender a correr de forma mais tranquila ajudará nesse processo.

Mas afinal, o que é um treino regenerativo na corrida?

Uma corrida é considerada regenerativa quando a intensidade do corredor fica um pouco abaixo do que chamamos de limiar 1. Esse é o ponto no qual o sistema respiratório, mesmo que de forma leve, perde o equilíbrio entre o quanto se consome de oxigênio (inspiração) e o que se elimina de gás carbônico (expiração). A partir desse momento, a parte aeróbia passa a ter mais ajuda da parte anaeróbia.

Geralmente isso é alcançado por volta de 70 a 75% da frequência cardíaca máxima entre corredores amadores, podendo chegar até acima de 90% entre atletas de elite. Um teste ergoespirométrico pode ajudar a ter essas faixaas de forma mais precisa.

Diferenças entre treino regenerativo e treino leve

Existe ainda muita dúvida se existe diferença entre o treino regenerativo na corrida e o treino leve.

E a resposta é SIM. Eles são próximos, mas tem objetivos e intensidades diferentes. A corrida leve também fica em ritmos mais leves, porém num nível um pouco acima do regenerativo. Isso porque ela também  promove adaptações, e não apenas a recuperação do corpo.

A principal é o melhor desenvolvimento do metabolismo aeróbio. Em outras palavras, o corredor se tornará mais eficiente em captar oxigênio e também em utilizar gordura como fonte de energia.

E você, costuma fazer treinos regenerativos na corrida, ou correr de forma leve em geral, ou é daqueles que sempre corre no limite? Comente aqui com a gente. Queremos entender melhor como podemos te ajudar.