Você já ouviu falar que a corrida pode ser prejudicial para as articulações e que pode acelerar o envelhecimento? Ou que é impossível começar a correr depois dos 40-50 anos? Esses são apenas alguns dos mitos que cercam a relação entre corrida e envelhecimento. Neste artigo, vamos explorar os mitos sobre o tema para ajudar você a entender melhor como a corrida pode ser tornar uma grande ferramenta para sua longevidade.
Muitas pessoas, inclusive dentro do próprio segmento de saúde, ainda colocam a corrida como um vilão, associando a atividade a lesões nas articulações. Porém, a palavra IMPACTO leva a uma interpretação equivocada da atividade, tirando muitas pessoas que poderiam estar se beneficiando da corrida por puro mito. Estudos nos últimos anos têm mostrado que a corrida pode, na verdade, ser benéfica para as articulações, fortalecendo os músculos e prevenindo o desgaste excessivo das cartilagens. Além disso, ela também pode ajudar a prevenir doenças crônicas, como a osteoporose, que afeta principalmente mulheres após a menopausa.
E para ajudar a entender e informar sobre um tema tão importante, separamos alguns mitos sobre corrida e envelhecimento que você precisa conhecer. Confira!
Começar a correr depois dos 40 anos pode lesionar
Durante muito tempo as atividades sem impacto eram o único caminho recomendado por médicos quando as lesões entre pessoas acima de 40 anos começavam a aparecer. De fato, o início de uma modalidade numa idade adulta é sempre mais difícil. Mas entre ter uma dificuldade de adaptação e um exercício ser “proibido” há uma grande diferença. Na verdade, muitas pessoas começam a correr justamente depois dos 40 anos, buscando melhorar a saúde e a qualidade de vida, e ter essa opção vetada – sem nenhuma base cientifica – pode realmente tirar a pessoa da modalidade.
Claro que é importante ter cuidado e respeitar os limites do seu corpo, mas isso não significa que você não possa se tornar um corredor em qualquer idade. Realizando um preparo adequado, que associe um tempo maior de adaptação dos estímulos e associando a treinos inicialmente mais curtos, você pode se tornar um corredor em qualquer idade. Um bom exemplo é o médico Drauzio Varela, que se tornou maratonista depois dos 50 anos. Uma inspiração e tanto quando falamos de corrida e envelhecimento, não é mesmo?
Corrida e envelhimento: o mito do impacto ósseo
Durante muito tempo, inclusive entre médicos e fisioterapêutas, hoje o mito de que o impacto era nocivo para pessoas mais velhas, principalmente quando associada a questão óssea. Diversas quedas depois dos 60 anos estão geralmente ligadas a fraturas que ocorrem até antes da queda e são decorrentes do que chamamos de osteoporose. É importante salientar que antes da osteoporose o corpo passa por outras duas fases: a Sarcopenia (perda de massa muscular) e a Osteopenia (início da perda de massa óssea).
Atualmente é comprovado através de inúmeras pesquisas que na verdade a corrida, juntamente com o fortalecimento muscular, é um fator preventivo desse problema, já que a melhor forma do corpo manter ou produzir massa óssea é através do impacto, principalmente longitudinal (de cima pra baixo, ou vice versa). Isso mostra o quanto perdemos tempo com falsas crenças e mitos.
A caminhada é melhor do que a corrida depois de certa idade
Quando pensamos em envelhecimento e atividade física, é muito comum pensarmos apenas em atividades de baixo impacto e intensidade, com hidroginática, Pilates ou caminhada. Mas a verdade é que a corrida tem um efeito ainda mais benéfico do que a caminhada quando falamos sobre saúde.
Explicando melhor: atividades aeróbicas são todas aquelas que trabalham uma maior exigência do coração por um período mais prolongado de tempo. Isso promove uma adaptação no sistema cardiovascular extremamente positiva, trazendo benefícios como:
– Redução da pressão arterial;
– Maior eficiência do coração, o que ajuda a aumentar o fôlego, a recuperação e a disposição;
– Diminuição dos níveis de açúcar e colesterol no organismo, reduzindo os riscos de doenças cardíacas e diabetes;
– Aumento do metabolismo, favorecendo a perda ou controle de peso;
Nesse caso, quando comparamos a caminhada a corrida, esses fatores são potencializados, já que o corredor estimula todas essas adaptações numa maior magnitude. Em outras palavras: Para alguém mais velho só é risco correr quando o mesmo não foi preparado para tal, o que na verdade vale para qualquer idade. Muitos preferem a caminhada frente à corrida por impor um desgaste menor, mas os benefícios da corrida são maiores. Isso é indiscutível.
Corrida e envelhecimento podem andar juntos, sim!
Ao envelhecer, muitas pessoas acreditam que devem diminuir ou parar completamente de praticar atividades físicas, como a corrida. No entanto, como já dito anteriormente, diversos estudos mostram que a corrida pode ser benéfica para a saúde e ajudar a prevenir doenças relacionadas à idade.
Ao longo deste artigo, você pôde ver que muitos mitos sobre a corrida e o envelhecimento não têm fundamento científico. Por exemplo, não há evidência de que a corrida cause artrite ou danifique as articulações. Além disso, a ideia de que o corpo humano tem uma idade limite para praticar exercícios físicos é falsa. Por outro lado, algumas verdades sobre a corrida e o envelhecimento foram apresentadas. É importante lembrar que o processo de envelhecimento é diferente para cada pessoa e que é necessário respeitar os limites do próprio corpo.
Por fim, correr pode ser uma atividade física prazerosa e benéfica em qualquer idade, desde que seja praticada de forma segura e responsável. Não deixe que mitos infundados o impeçam de desfrutar desses benefícios. Corrida e envelhecimento podem sim andar lado a lado.