Não se machucar. Quando pensamos na maior preocupação tanto em corredores iniciantes quanto avançados, evitar as lesões mais comuns em corredores está geralmente no topo da lista. Por isso, saber quais estão entre as principais é o primeiro passo para se prevenir e, caso infelizmente não consiga escapar do problema, ter clareza sobre a melhor forma de cuidar do problema. Conheça agora as patologias mais frequentes e como fazer para ficar bem longe delas.
Se você já passou da fase de corredor iniciante e já incorporou não apenas a disciplina mas os benefícios que a modalidade proporciona, sabe o quanto correr é uma delícia, não é mesmo? Uma atividade que traz diversos benefícios não só para o corpo, mas também para amente. Porém, como toda atividade física, é importante se atentar para os riscos de lesões. No caso da corrida, esse problema pode ser ainda mais frequente pois se trata de uma atividade sistemática. Em outras palavras: você irá repetir o mesmo gesto milhares de vezes. Para se ter uma ideia, numa corrida de 40 minutos bateremos o pé no chão por volta de 50.000 MIL VEZES. Impressionante, não é mesmo?
Isso mostra o quão importante é saber as lesões mais comuns em corredores e como fazer um trabalho preventivo eficiente para evitá-las, ganhando não apenas longevidade, mas também melhorando seu rendimento como corredor.
Mas quais são as lesões mais comuns em corredores?
Quando falamos de quais regiões mais são afetadas pela corrida, é quase inevitável não pensarmos em membros inferiores. E está certo. Quadril, joelhos e tornozelos são as articulações que mais sofrem. Conheça as mais comuns.
Sindrome da banda Iliotibial
Mapeada como uma das dores/desconfortos mais conhecidos entre corredores, a sindrome da banda Iliotibial muitas vezes referida como “joelho do corredor” e está entre as lesões mais comuns em corredores. Ela em geral é causada pelo atrito repetido da banda iliotibial sobre o osso da coxa (fêmur). Entre as suas principais causas estão aumentar abruptamente a distância ou intensidade dos treinos estão entre as maiores causas de lesões entre corredores. Isso porque, mesmo com o corredor tendo a sensação que pode correr mais forte e por mais tempo, seus músculos e articulações precisam de tempo para se adaptar ao estímulo.
Em geral, aumentos nos volumes de treino entre 5 a 10% na semana seguidos de períodos de estabilização criam um cenário mais favorável absorção dessa nova sobrecarga e podem evitar essa lesão, além de evitar terrenos acidentados ou corridas com muita subida e descida. Mas, em geral, tanto iniciantes quanto corredores experientes extrapolam essa carga, seja por falta de orientação de um treinador de corrida, bem como dificuldades em treinar de forma leve.
Fascite Plantar
A fascite plantar é uma condição dolorosa que afeta a sola do pé, especificamente a fáscia plantar, um tecido espesso que liga o calcanhar aos dedos. Ela muita vezes começa com uma dor próxima do calcanhar e que se irradia para o restante da sola pé. Numa primeira fase, ela pode aparecer apenas após os treinos de corrida. Porém, caso não seja tratada, evolui para dores durante e após os treinos, inclusive ao acordar. Não é incomum inclusive que o corredor tenha que interromper seus treinos em função da incapacidade de correr.
Ela também é uma das lesões que mais são afetadas por ações do dia a dia e não necessariamente treinos inadequados. Mulheres que costumam usar salto alto com muita frequência estão entre as mais acometidas. Outro fator que contribui para o problemas é ficar em pé por longos períodos de tempo.
Outros fatores estruturais também podem ser o gatilho desse problema. A obesidade, por exemplo, que acaba aumentando a pressão na fáscia, principalmente associado aos outros fatores citados acima. Pessoas com o pé chato (plano) ou com um arco muito alto (pé cavo, mais comum em mulheres) também estão entre as principais “vítimas”.
O tratamento da fascite plantar geralmente envolve várias abordagens, que podem incluir o descanso em si, aplicação de gelo na região principalmente nas fases mais agudas de dor, palmilhas ortopédicas, calçados mais adequados e com melhor sistema de amortecimento. Atualmente, exercícios de fortalecimento e reabilitação não apenas na região do pé mas em toda cadeia muscular e articular (joelho, quadril e até lombar) está entre as intervenções mais eficientes para o problema.
Canelite
A canelite, também conhecida como síndrome do estresse tibial medial, é uma condição dolorosa que afeta a tíbia, o osso da canela. A dor é geralmente sentida na parte interna da canela e pode começar durante a atividade física e piorar à medida que a atividade continua. Ela é comumente observada em corredores tanto iniciantes quanto avançados.
A sobrecarga excessiva numa fase inadequada associada a sobrepeso, técnica de corrida pouco apurada e modelos de tênis que direcionam o impacto para a região do calcanhar estão em geral entre os maiores “vilões”. O tratamento da canelite geralmente envolve uma abordagem multifacetada para aliviar a dor, promover a cura e prevenir recorrências. Aqui estão algumas opções de tratamento:
– Descanso: A primeira e mais importante etapa do tratamento é o descanso. Isso significa reduzir ou interromper temporariamente a atividade que está causando a canelite. Dar tempo para a tíbia se recuperar é fundamental.
– Gelo: A aplicação de gelo na área afetada pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar a dor. É importante não aplicar gelo diretamente na pele, mas sim usar uma toalha fina ou pano entre o gelo e a pele.
– Fisioterapia: Um fisioterapeuta pode desenvolver um programa de reabilitação que inclui exercícios de fortalecimento e alongamento para os músculos da perna, bem como técnicas de terapia manual.
– Modificações no Treinamento: Avaliar e ajustar sua técnica de corrida, bem como a intensidade e duração do treinamento, pode ser necessário para evitar futuras lesões.
– Uso de Palmilhas ou Tênis Adequados: Se problemas de biomecânica estiverem contribuindo para a canelite, o uso de palmilhas personalizadas ou tênis que ofereçam suporte adequado pode ser benéfico.
Síndrome da dor femoropatelar
Essa é uma lesão que atinge o joelho, na região da patela e fêmur. Ela surge devido a overtraining e desequilíbrios na área patelar. Causa estalos ao correr e dores profundas nessa parte do corpo, podendo se estender à região anterior do joelho ou à parte de trás da coxa. A dor patelofemoral, também conhecida como síndrome da dor femoropatelar, é uma condição que causa dor na região anterior do joelho, especialmente ao redor ou sob a patela (rótula), o osso localizado na frente do joelho. Suas principais causas em geral são:
– Desalinhamento Patelofemoral: Isso ocorre quando a patela não se move adequadamente dentro da trilha no osso da coxa (fêmur);
– Fraqueza Muscular: Falta de reforço muscular com certeza é uma das maiores causas de lesão. Nesse caso, não seria diferente. Nesse caso, tanto músculos do quadril mas principalmente do quadríceps podem levar a esse quadro;
– Lesões Anteriores: Lesões prévias no joelho, como entorses, podem aumentar o risco de dor patelofemoral
– Mudanças no Treinamento: Aumento repentino da intensidade ou duração do treinamento pode sobrecarregar o joelho e levar à dor patelofemoral;
No caso de tratamento, a mescla de tratamento usando técnicas com uso de laser e eletroestimulação, redução de volume e intensidade de atividades e programa de exercícios específicos costumam ser o caminho mais utilizado para sanar o problema. Apenas em casos muito específicos a cirurgia é o melhor caminho.
E você, acha que essas são as lesões mais comuns em corredores ou sentiu falta de alguma? Já sofreu alguma delas? Comente aqui e nos ajude a levar essas informações para mais pessoas.